quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Origem, Preservação e Confiabilidade dos Evangelhos


Existem boas razões para que possamos ficar absolutamente tranquilos com relação a origem, preservação dos textos sagrados e consequentemente com relação a confiabilidade dos Evangelhos e outros textos do Novo Testamento. Também não devemos dar ouvidos aos críticos que colocam muita coisa dentro de um contexto de dúvida, de incerteza, de contradição. Ao inverso disso os evangelhos estão muito bem preservados, existem milhares de cópias que dão prova da sua preservação. Alguns dos críticos famosos da atualidade não cansam de mencionar que não existem duas cópias exatamente idênticas ou sem erros, é verdade segundo os estudiosos, mas não vemos esses críticos informando que a maior parte dessas divergências são alterações sem importância e que em nada comprometem o entendimento. Muitas cópias eram feitas em mosteiros, por religiosos que em grupos iam escrevendo aquilo que ia sendo ditado em condições muitas vezes precárias, onde o cansaço devia ser muito grande, poucas horas de sono, um trabalho exaustivo e prolongado onde os erros eram comuns e totalmente compreensíveis. Teorias de conspiração, de mudança nas escrituras, e outras acusações são facilmente combatidas com um estudo um pouco mais aprofundado e sério. Mas, um assunto sempre me chamou muito a atenção: Como foram redigidos os textos sagrados? Em especial os Evangelhos. Tenho procurado fazer todo tipo de pesquisa a esse respeito. Não entendo porque o assunto é pouco mencionado, pouco estudado, pouco discutido. Quando isso ocorre é sempre feito desprezando informações importantes. Não há como não perceber que as discussões, as reflexões, os estudos são em grande parte tendenciosos. Mas porquê? Qual interesse em não aprofundar o assunto, sejam nós católicos, sejam protestantes, porquê? Porque já ouvi diversas vezes dizerem que na verdade os evangelhos foram escritos pela comunidade de um ou de outro. Oras bolas! Desde quando uma comunidade poderia escrever alguma coisa? Uma comunidade que na sua grande maioria era composta por iletrados. Não vejo o menor sentido nessa afirmação, aliás isso não é bem afirmado, é comentado de maneira tímida. Parece que quem diz tem tanta convicção que trata-se de algo sem nenhuma sustentação que tem até vergonha de dizer, mas dizem. Creio que faz parte de uma Teologia que claramente esta em declínio. Outra coisa que muito me incomoda é sempre ficarmos colocando em dúvida a autoria dos Evangelhos. Quando lemos as nossas Bíblias esta escrito no seu título, por exemplo: "Evangelho Segundo São Mateus". Me parece lógico que de maneira clara não quer dizer que Matheus de próprio punho escreveu tudo que esta nele presente, mas é claro que estabelece que as idéias ali contidas, independente das fontes disponíveis, seja uma fonte oral, seja uma fonte escrita, ali contém o ponto de vista de Matheus a cerca das idéias, da mensagem e de tudo que foi procurado nos passar a respeito de Cristo e da Boa Nova que é o próprio Evangelho em si. Ou seja, o autor intelectual é Matheus, apenas isso. O texto em si foi posteriormente trabalhado por outra pessoa? Melhor organizado? Melhor escrito? Me parece algo lógico. Principalmente com respeito aos discípulos ou a todos aqueles que de maneira imediata o acompanharam em sua passagem, seu ministério.  Isso serve é claro para todos os outros. No caso de São Lucas já ocorreu de um estudioso famoso que agora me falta o nome ir atrás de verificar todas as informações contidas no Evangelho de São Lucas e qual foi a sua descoberta. Do ponto de vista histórico as informações contidas no Evangelho de Lucas são precisas, os cargos mencionados, Ele era um extraordinário historiador, além é claro de muitos outros atributos. Só para se ter uma ideia o mesmo cargo ou função tinha denominações diversas em diferentes cidades, Lucas menciona sem cometer nenhum equivoco. Ele sabia exatamente o que estava escrevendo e o fez de maneira brilhante. Outra coisa que também não consigo entender é porque as informações passadas através de Irineu de Lion e Eusébio de Cesaréia a respeito do que escreveu Papias não são muito difundidas. Irineu menciona que em seu livro sobre as Heresias que Papias escreveu: O presbítero também dizia o seguinte: 'Marcos, intérprete de Pedro, fielmente escreveu - embora de forma desordenada - tudo o que recordava sobre as palavras e atos do Senhor. De fato, ele não tinha escutado o Senhor, nem o seguido. Mas, como já dissemos, mais tarde seguiu a Pedro, que o instruía conforme o necessário, mas não compondo um relato ordenado das sentenças do Senhor. Portanto, Marcos em momento algum errou ao escrever as coisas conforme recordava. Sua preocupação era apenas uma: não omitir nada do que havia ouvido, nem falsificar o que transmitia'". Já a respeito de Matheus ele também escreveu: "Mateus reuniu, de forma ordenada, na língua hebraica, as sentenças [de Jesus] e cada um as interpretava conforme sua capacidade". Quero eu pensar que essas informações sejam muito importantes e jogam por terra um monte de bobagens que ficam mencionando por ai. Mas você deve estar se perguntando: Que importância tem este Papias? Quem ele era? A resposta é simples: Pápias escreve, por volta do ano 130, ele foi companheiro de Policarpo, provavelmente, ou segundo ele, discípulo de João, uma obra em cinco volumes, intitulada: Explicações das sentenças do Senhor (Logion Kuriakou Ecsegéseis). Baseado, principalmente, na tradição oral dos discípulos e apóstolos, Pápias (Bispo de Hierápolis) apresenta uma coleção de ditos, sentenças e feitos de Jesus e de seus discípulos. Infelizmente essas obras se perderam, deveriam trazer informações muito valiosas e poderíamos responder muitas perguntas. Mas o que podemos trazer de significativo do que Papias escreveu:
  • Os discursos de São Pedro são uma fonte mais do que confiável que a obra de São Marcos bebeu, ou não?
  • Marcos escreveu tudo que recordou das Palavras de Pedro, mesmo que de maneira desordenada.
  • O Presbítero pontua que Marcos tinha a preocupação de ser o mais fiel possível, não omitir ou falsificar nada que tinha ouvido. 
  • Existiram o que nós poderíamos chamar de "ditos", "sentenças" ou "oráculos" do Nosso Senhor. Com certeza essa relação de "ditos" foram uma fonte importante na composição dos Evangelhos, tanto no que diz respeito a Marcos, Mateus ou mesmo Lucas pode ter também recorrido a essas fontes.
  • Mateus, em língua hebraica e de maneira ordenada também reuniu aquilo que podemos chamar as tais "Sentenças do Senhor". 
  • Temos sim preciosas informações a respeito de origem, preservação de informações e confiabilidade das informações contidas nos Evangelhos.
  • Tradição oral - É claro que boa parte das informações contidas nos Evangelhos são de uma tradição oral. Existia um grupo grande de pessoas que repassaram aos demais tudo que sabia a respeito de Jesus.
  • Podemos sim confiar na autoria dos Evangelhos. Se fosse uma mentira a atribuição da autoria muito provavelmente os autores dos Evangelhos seriam confiadas a outros personagens por razões lógicas. Teríamos provavelmente outros autores. Marcos e Lucas não foram apóstolos, muito provavelmente não conheceram Jesus. Marcos foi um seguidor de Pedro, um secretário ou intérprete do mesmo. Já Lucas foi um médico de origem grega e afirmam que deve ter sido companheiro e amigo de Paulo. Mateus por sua vez pela origem do seu trabalho não era dos mais populares por assim dizer. Creio que talvez o Evangelho que podemos ter menos certeza quanto a sua autoria seja o de João. Mas prefiro estudar mais a respeito antes de fazer qualquer afirmação leviana. 
  • Fonte "Q" - Gostaria muito de saber o que é a tal fonte "Q". Parece algo sobrenatural e absolutamente importante. Os alemães que inventaram tal hipótese que me desculpem. Uma grande besteira que não esclarece nada sobre coisa nenhuma.
Não sei até que ponto eu trouxe informações importantes para os Srs.(Sras). O que eu acho importante ou melhor, o que tenho certeza e que é importante é dizer a verdade, mostrá-la, espalhar a verdade. Porque ter medo da verdade? Mais uma vez eu pergunto: A quem você esta servindo? Se você já sabe tudo isso, porque não revela para outras pessoas?

abr.

domingo, 10 de novembro de 2013


Alegoria Bíblica?



Recentemente eu participei de um encontro e durante três dias ouvimos diversas palestras mas uma em especial me chamou a atenção quando um Padre que era o palestrante nos disse que determinada passagem do novo testamento era na verdade apenas uma alegoria. Diga-se de passagem que acredito ser esta passagem muito importante pois fala da Ressurreição de Lázaro, um dos muitos sinais ou milagres do Nosso Salvador. Pensei: "Que eu saiba alegoria nós verificamos no Carnaval, nas escolas de samba, nos quesitos a serem julgados, alegoria, como assim?". Mas, para não polemizar eu achei melhor não abrir a minha boca, ela é terrível em certos momentos. O que eu queria deixar claro que a menos que alguém mostre alguma informação nova e absolutamente confiável, a menos que surjam fatos novos, novas descobertas não existe absolutamente nada de concreto que possa permitir a alguém dizer que diversos sinais ou milagres não ocorreram, inclusive esse da Ressurreição de Lázaro, em outros momentos falam da Multiplicação dos Pães e Peixes. A todos aqueles que se dedicarem a aprofundar os seus estudos as suas leituras, suas investigações vão verificar que ao contrário do que muitos imaginam Evangelho nunca significou contar a alguém ou anunciar a alguém alguma coisa que não ocorreu, que foi inventada, que foi fantasiada, não muito pelo contrário. Evangelho significaria o anúncio de uma boa notícia, uma boa nova ou boa mensagem, algo concreto que ocorreu de fato. Vem do grego "euangelion". Ou seja, uma informação é passada como sendo absolutamente confiável por alguém que deveria bem informar a todos e a sua opinião acaba se tornando algo intangível. Não gostaria de particularizar a discussão ou o assunto, mas eu gostaria de ampliá-lo porque percebo uma grande tendência nos dias de hoje. Não que isso tenha começado agora, já vem de muitos anos, mas é um tipo de pensamento muito utilizado que eu não concordo. Vou muito além, se temos diversos motivos para crer e confiar no Evangelho, não encontramos absolutamente nada para desconfiar dele, para dizer que são alegorias dos escritores. Não, não são alegorias, adereços, não tem comissão de frente, não tem carro alegórico, não tem mestre-sala e nem porta bandeira. É algo muito diferente, tem a ver com a Fé. Acreditar, se você não consegue acreditar e precisa que tudo tenha um significado lógico e que a sua capacidade racional possa entender seria bom um certo respeito a Fé das pessoas. Essa Fé foi defendida com unhas e dentes, milhares de pessoas morreram por acreditar nesta Verdade que você vem apenas dizer que trata-se de uma alegoria sem dar absolutamente nada em troca, nenhuma informação nova, nenhum subsídio. Eu tenho inúmeros argumentos, poderia ficar enumerando diversos deles, mas eu creio que seria uma grande perda de tempo. Como disse na postagem anterior sempre existiu e talvez parece que ainda muito irá existir pessoas tentando esvaziar a Fé. Mas, vamos deixar as alegorias de lado, ainda não é carnaval. Cada um que fique com a sua alegoria, a sua fantasia, Evangelho não é fantasia, não é alegoria, é muita Fé que encontramos ali, existem parábolas, cartas (epístolas), sentenças do Nosso Senhor, tem história sim, fatos, verdades, a verdade da Fé, não sei se ela pode ser explicada ou entendida por alguns, mas é simples, você acredita ou não acredita, apenas isso. Cada um faça a sua escolha.












terça-feira, 5 de novembro de 2013


Ceticismo e Criticismo


Estive durante um bom tempo estudando, pesquisando, tentando criar o meu ponto de vista, sobre questões de cunho teológico. Mas antes de fazer qualquer consideração sobre o que eu pude descobrir ou as conclusões que eu cheguei é preciso dizer que verificamos muitos assuntos, muitas discussões, muitos debates, muitas matérias bombásticas, muita gente falando bobagem e também muita gente séria. Sejam pessoas famosas e respeitas, sejam pessoas simples, sejam católicos ou sejam protestantes. Nas questões religiosas e teológicas assim como na política significa muito pouco ser de direita ou de esquerda, ser do partido A ou do partido B. Na verdade não significa quase nada. A principal conclusão que cheguei é que as pessoas, o homem (e a mulher) quase nunca agem com isenção, com justiça, com lealdade. Geralmente vamos colher informações não para procurarmos chegar a uma conclusão ou para formar uma ideia. Em geral já temos uma determinada opinião, já temos opinião formada e buscamos maneiras de defender o nosso ponto de vista. Dessa forma a nossa opinião é tendenciosa, é forjada, e muitas vezes mentirosa. Para sermos justos temos que ser imparciais, temos que estarmos abertos a novas idéias. Temos muitas vezes que procurar deixar de lado tudo que sabíamos e sabemos para receber uma informação nova. O que adianta ir em busca de algo novo e não dar a chance dessa nova informação influenciar no nosso ponto de vista. Mas, não podemos fazer como muitos que recebem uma informação e sem maiores questionamentos já aceitam com verdadeira, como indiscutível, muitas vezes porque é de alguém importante ou famoso, porque é de um professor, enfim, creio que entenderam. E muitas vezes já saem transmitindo a outros idéias não suas, mas sim pensamentos alheios e muitas vezes equivocados. Percebo que junto de muita informação tendenciosa tem também informações muito questionáveis. Muitas coisas são colocadas como verdades absolutas quando na verdade não existe certeza nenhuma, são conclusões muitas vezes preliminares, discutíveis e que observam só um lado, não levando em consideração um monte de informação relevante. Tudo isso e muito mais encontramos dentro dos estudos teológicos. Infelizmente temos uma formação teológica muito frágil, muito mal influenciada, muito mal conduzida. Não existe interesse em bem informar as pessoas. "Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido." (Lucas 12.2) Ao mesmo tempo fico também com a impressão que a Verdade não é dada a conhecer a todos e a todo instante, mas isso é uma discussão mais tardia. Sei que deve ter ficado um tanto confuso entender o que eu quero passar, mas eu posso resumir. Talvez o resumo diga muito mais do que tudo que foi dito até agora. Creia na sua Fé, Creia em Jesus Cristo, saiba que sempre tentaram enfraquecer a Fé, sempre tentaram colocar em dúvida muita coisa, o ceticismo e o criticismo estão em toda parte. As Faculdades de Teologia estão impregnadas de ensinamentos que são um verdadeiro câncer. Muitas pessoas talvez não sejam mal intencionadas, mas de uma forma ou de outra não contribuem com a Fé. Não conduzem ninguém a lugar nenhum, apenas acabam criando dúvidas onde deveria haver certeza. Não que devamos ser ingênuos ou inocentes, devemos questionar, mas devemos sempre nos perguntar a quem estamos servindo? Mas, se você serve a Deus procure fazer como aqueles que nos trouxeram aquilo que temos de melhor e precioso. Faça como Paulo, como Pedro, como João, como Thiago e muitos outros. Depois nos falaremos mais sobre muitos outros assuntos... boa noite.